Cinema de Guerrilha na Terra do Bolshoi...
Matou o Cinema e Foi ao Governador , longa que reúne 10 diretores discutindo a política cultural catarinense, estréia nessa sexta em Florianópolis.
O longa-metragem "Matou o Cinema e foi ao Governador", um filme de ficção com dez episódios, cada um deles escrito e dirigido por um diretor, estréia sexta-feira, dia 22 de setembro, às 19 horas, no Cineclube Nossa Senhora do Desterro, no Centro Integrado de Cultura (CIC).
O longa-metragem "Matou o Cinema e foi ao Governador", um filme de ficção com dez episódios, cada um deles escrito e dirigido por um diretor, estréia sexta-feira, dia 22 de setembro, às 19 horas, no Cineclube Nossa Senhora do Desterro, no Centro Integrado de Cultura (CIC).
O filme foi idealizado pelo cineasta Marco Martins com o objetivo de questionar a forma ditatorial como é conduzida a rarefeita política pública do governo para a cultura.
O longa está sendo produzido de forma coletiva há 40 dias, com discussões dos roteiros individuais com o objetivo de formar uma unidade cinematográfica, e foi custeado pelos próprios realizadores. Os episódios são peças de ficção, com linguagens e gêneros bastante diversificados, que tratam com ironia a cena cultural catarinense.
Depois da exibição no CIC, o filme será apresentado na UFSC, na Unisul, na Estácio de Sá, no Museu Victor Meirelles, no Clube de Cinema Sol da Terra, além de exibições ao ar livre.
Com 1h40min de duração, "Matou o Cinema e foi ao Governador" será exibido em sessões em cidades do interior do Estado, será disponibilizado também na internet e será inscrito em festivais nacionais e estrangeiros, além de ser exibido durante o próximo Catavídeo.
O filme conta com a participação de atores, que incluem Paulo Vasilescu, Renato Turnes, Álvaro Guarnieri, Graziela Meyer, Demétrio Panarotto,Chico Caprário, Rafael Pereira Oliveira, Gláucia Grígolo, Malcon Bauer, Milena Moraes, Daniel Olivetto, Severo Cruz e Julie Cristie entre outros.
ESQUERDA DIREITA VOU VER por Camila Sokolowski: Uma animação bem massa.
SPRAY, por Breno Turnes: Em meio a uma onda de manifestações populares, um garoto resolve comprar um spray e fazer um grafite, mas acaba revivendo a repressão. A juventude impedida do acesso à cultura e à livre expressão.
OS VAZIO, por Fifo Lima: a especulação imobiliária na voz de um bacana e de um corretor. Um belo parque da cidade será mais um shopping, não importa o futuro, afinal eles não estarão mais aqui.
APEIROKALIA, por Jefferson Bittencourt: A doença de não ver o Belo. Um casal de artistas discute a função da arte na vida das pessoas.
COMO SER ESTÚPIDO, por Fábio Brueggemann: O encontro entre um artista e um dirigente cultural onde verdades intoleráveis vêm à tona.
O EMETISMO, por Fábio Brueggemann: O que causa ânsias incontroláveis e vômitos frenéticos?
ROSA B.B., por Renato Turnes e Loli Menezes: Numa república latino-americana em guerra, o ditador constrói para sua filha querida um mundo de ilusão, fazendo-a acreditar que é uma talentosa estrela do show-busines.
DELÍRIO, por Maria Estrázulas : Quando os egos se encontram num set de filmagem em uma praia qualquer, um motim explode. Quatro personagens deliram enquanto tentam atribuir para si próprios, os créditos do último filme, antes do assassinato do cinema.
O POVO DA CORTE, por Chico Caprário: Na Idade Média um bobo da corte resolve apresentar um projeto cultural ao Rei e seu Conselho Real de Cultura, mas para não perder a cabeça deve apelar para as sapatilhas de ponta.
FRANCO, por Marco Martins: Um homem atacado pela náusea diante do poder e dos políticos precisa pôr pra fora sua indignação.
LULA ADORÉ, por Cláudia Cárdenas e Rafael Schlichting: Na casa de praia do governador um jantar comemorativo aos projetos culturais do estado reúne os maiores responsáveis pela criação, divulgação e incentivo governamental à cultura estatal. Como entrada uma sopa de orelha de porco com feijão preto em homenagem ao governador é servida, mas os convivas parecem estar interessados em outros assuntos... Nem mesmo o prato principal, Lula Adoré, a chamada piéce de resistance, é devidamente apreciada.
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Inicialmente, Marco Martins teve a idéia de fazer um curta-metragem para contestar a política vigente, a falta de opção eleitoral, e absoluta falta de opção em quem votar: Eu queria contar a história de um franco-atirador. Obviamente isso veio por eu estar bastante descontente com a nossa situação política, não só cultural.
No filme, trabalham 60 profissonais, com fotografia, assistência de direção, produção, figurino, direção de arte, montagem, maquinaria, iluminação e som .