Love Will Tear Us Apart
Quem não viu ainda tem a obrigação de sair de casa já pra ver Control, produção porreta do ano passado sobre a vida do eterno vocalista do Joy Division, Ian Curtis, e o surgimento da banda. Um filme pra arrepiar e afogar em lágrimas, com atuações belíssimas do novato Sam Riley (a imagem da dor de Curtis em pessoa) e da fantástica Samantha Morton, que interpreta Deborah Curtis, sua ex-mulher, e autora do livro em que o filme se inspira.
Uma das grandes sensações do cinema indie europeu, e também da Mostra de Cinema de São Paulo do ano passado, Control tem direção de Anton Corbijn, experiente diretor de video clipes que acerta em cheio ao fazer um filme pouco preocupado com o exercício narrativo... Control mais parece uma sequencia de fotos entristecidas de uma Inglaterra assolada pelo desemprego, pela recessão, e pela melancolia de gente como Curtis que, como qualquer, poderia ser esquecido não fosse por sua obra ensurdecedora. Uma história triste de um homem abatido pelas dores que não se pode descrever em diálogos.
O silêncio e o assombro de sua alma só poderia gerar hits como "She´s Lost Control" ou "Insight" ou ainda "Transmission" e "Love will tear us apart", canções que não poderiam deixar de compor a trilha do filme, e emoldurar essa obra simples, sem grandes charmes narrativos, porém uma experiência para acinzentar a alma e torcer o pescoço.