18 de outubro de 2011

O galã da novela não fuma mais


Você precisa ser cristão, ter uma esposa graciosa e de bons modos. Não fale palavrão, por que é feio. Apareça numa roda de gente interessante e mostre o quanto você conhece os assuntos do momento. Faça muita pose (sempre funciona). Seja um super-herói, nunca chore em público, e não fale dos seus defeitos. Não namore alguém vinte anos mais novo (vão falar mal, é fato). Compreenda que "homem + mulher + amor = família, o bem maior no mundo encantado do PSC. Não acenda um cigarro, pois a polícia do fumo pode te pegar. Se você for uma pessoa pública, então, pior ainda: a imprensa vai te fotografar escondida atrás de um arbusto, como se você é que estivesse se escondendo para curtir seu hábito monstruoso e insalubre. Nas novelas nem os vilões fumam mais, pois isso não é bonito. Bonito abusar do corpo nu em troca de uns pontinhos na audiência. Bonito é encher as tardes de sensacionalismo e as noites de desgraças repetidas em câmera lenta. 

Saudade de quando havia algum bom motivo pra ligar a TV. Saudade de quando o humor politicamente incorreto era genial como na TV Pirata e não apelativo como nos montes de baboseiras que o Rafinha Bastos fala pra criar polêmica e autopromoção. Saudade do Fagundes, o galã de "Vale Tudo", dizendo um bom texto com um cigarro na mão.

E assim, a gente vai engolindo os bons modos da família cristã e o humor imbecil de gente que acha que está sendo crítica, como se tudo isso não fosse a mesma merda: cabeça vazia e muito verbo. Não tem pra onde correr: ser careta e medíocre virou a grife do momento. 

4 de outubro de 2011

Leãozinho

Tá, achei um fiasco a Diana Krall cantando em português esses tempos, e em geral acho péssimo mesmo. Mas Beirut Caetaneando a gente tem que aceitar. Coisa fofa essa versão, gente!