5 de novembro de 2008

Pra guardar numa caixinha



Não entendia a alegria nostálgica - esse instante em que o passado se fundia com a goteira desse dia anuviado. Só queria que as brisas boas (que o acordam dormindo) ficassem rondando, feito nuvem, até virar um retrato. E então, era só guardar. Só queria que nada disso fosse embora antes dos barulhos do trânsito anuviassem o começo do dia. Por vezes se sentia tão feliz que temia implodir, tamanho o volume das músicas, a quantidade de afagos que guardara, e os desejos de uma noite diferente. Nem melhor, nem pior. Apenas diferente.

[Foto da Aninha Lubitz, imagem que já andou por aqui outrora...]

3 comentários:

Vâmvú disse...

Me emocionou demais... muita sensibilidade.
Um instante, um segundo que queremos guardar pra eternidade...
Lindo texto!
Parabéns!
Abraços

Rafael Koehler disse...

Noites Diferentes... adoro!

mARINA mONTEIRO disse...

lindo...