20 de dezembro de 2011

Os Melhores Filmes de 2011 - Parte 1

por Vicente Concilio, ator, arte-educador, e loiro natural!


Diz ele: "2011 se foi e dele não restaram nem 15 filmes incríveis"... 








10. O primeiro que disse



Intrigas familiares e contratempos cômicos fizeram desta comédia dramática uma das mais emocionantes e divertidas sessões de cinema do ano. Herdeira da melhor tradição dos filmes cômicos italianos, o filme extrapola os clichês do gênero com um sabor especial, diante da qualidade dos atores e do roteiro engenhoso e emocionante. Família e macarrão. A síntese da alma napolitana.





09. Itamar Assumpção: Daquele Instante em Diante

Da série de documentários “Iconoclássicos”, patrocinada pelo Itaú Cultural, veio o grande filme nacional de 2011. Claro que, para um documentário, partir de um tema genial já é uma premissa ótima, mas o filme supera seu protagonista  e nos revela, por trás do grande artista, o pulso trangressor do músico genial. 

08. X.Men: First Class

Da mitologia dos super-heróis, o que há de mais interessante é conhecer a origem de seus poderes e de suas motivações . Por isso, é muito melhor assistir ao primeiro filme de qualquer franquia e desistir do resto (com honrosa exceção ao Batman do Christopher Nolan), a não ser que haja prazer em testemunhar a capacidade hollywoodiana de destruir tudo por conta do dinheiro. Neste First Class, ótimos atores em roteiro enxuto nos apresenta a matriz das desavença vital entre Magneto e Dr. Xavier, enfeitados pela presença gélida de January Jones como Emma Frost.


07. Blue Valentine


Mais um da série: “jamais repetirei o nome do título criado no Brasil”. Este foi o ano de Ryan Gosling , que emplacou 4 filmaços em gêneros distintos e provou que, além de ótimo ator, sebe escolher seus roteiros como ninguém. Aqui, ele e Michelle Williams expõem sua vulnerabilidade a serviço de um roteiro que é, de fato, uma das mais tristes histórias de amor já filmadas. Longe de explicar as razões que levam ao fim do amor, o roteiro, construído a partir de cenas improvisadas pelos atores (com tudo o que isso tem de cru e sensível) é um belíssimo testemunho de nossas contradições como amantes. Lindo.




06. Contágio

Steven Soderbergh dirige com prazer contido este filme que disseca o possível impacto social e político, em nível mundial,  da morte de milhares de pessoas graças a um vírus altamente contagioso. Como um enciclopedista, ele compõe um mosaico das diferentes instituições e suas relações com o fato, provocando terror pela óbvia certeza de nossa vulnerabilidade, que fica ali, escancarada, enquanto médicos, políticos, jornalistas e cientistas tentam lutar contra o tempo e contra um monstro invisível e letal.
  
05. Another Year


Mike Leigh dirige mais esse panorama de pequenas tragédias cotidianas,  com a honestidade que lhe é habitual e nos entregando mais um filmaço que dá a impressão de ter sido feito em um dia, mas que na verdade é produto  de um trabalho contínuo junto aos atores na composição dos personagens e da história. O resultado desse método é uma batalha de ótimas interpretações, com destaque para a atriz Lesley Manville, que simplesmente arrebata como a frágil e problemática Mary.







04. A pele que Habito.

Dessa vez o genial Almodóvar, interessado nos limites e na potência daquilo que nos conforma, o nosso corpo, produziu uma obra-prima doentia e bizarra cujo resultado é, no mínimo, perturbador.  Parte da discussão do corpo e da ciência (seu protagonista é um cirurgião plástico) para, em verdade, aprofundar nesse seu longo estudo sobre os impulsos humanos. E sem tecer julgamentos, sem mocinhos ou vilões.


03. Meia-noite em Paris



O mestre Woody Allen mais uma vez atingiu aquela densidade peculiar  que só ele é capaz de construir e que é sua marca autoral. Transitando entre o absurdo e a comicidade que isso carrega, ele nos carrega para a Paris de nossos sonhos e recorda, com leveza até infantil, que nosso melhor tempo é agora.  E Kathy Bates como Gertrude Stein depõe muito a favor do filme.








02. Cópia Fiel

Daquilo que amamos em “Jogo de Cena”, de Eduardo Coutinho, esse mistério sobre a verdade da representação, é a matriz desse filme genial. Juliette Binoche está sempre impressionante como a mulher que embarca em um jogo de representação com Julian Schimmell. Um filme impressionante, que discute a própria natrureza da ficção de forma sublime.

01. Melancholia

Mais do que uma alegoria sobre o fim do mundo, uma grande reflexão sobre a capacidade de nossa mente em criar realidades. Mais aterrorizante que sermos atingidos por um planeta, é o próprio extermínio gerado pela nossa capacidade de criar estados de alma letais. Lars Von Trier fez o filme mais impressionante do ano, com todo o rigor que lhe é peculiar e com o domínio que um grande cineasta tem dos recursos técnicos cinematográficos. Mais do que isso, soube manifestar de forma clara e interessante seu ponto de vista sobre a humanidade, apoiado no delicado trabalho de Kirsten Dunst, em contraste com a histeria crescente de Charlotte Gainsbourg.

9 comentários:

Aretha disse...

Meia noite em Paris antes de A Pele que Habito. Fala que voce pelo menos titubeou, fala...

Daniel Olivetto disse...

ai... polêmica... meu shake!

turnes disse...

Que lista linda.
Tenho que correr atrás de alguns, mas sei que são ótimos, quando vindos de você.

Vicente disse...

Foi difícil Aretha, bem difícil. Mas, a seu modo, acho o filme do Woody mais potente.

Malcon Bauer disse...

Preciso ver alguns desta lista, mas o geral temos muita coisa em comum...
Incluindo filmes de 2010... A velha polêmica do "filme de 2011" e "filme que estreou no Brasil em 2011".

Daniel Olivetto disse...

Morri de orgulho dessa lista! Agora tenho que correr pra ver os que não vi... vergonha!

Stephen disse...

Realmente, eu colocaria a Pele que habito mais no topo da lista, mas no geral, eu concordo muito com ela!

mauro camargo disse...

ahahah... to ficando maluco, confirmado, nem precisa diagnóstico médido. Fiz um comentário sobre os filmes na postagem errada... agora vamos ver se acerto: lá no outro comentário eu disse que era preciso encaixar Medianeras entre os dez...

Daniel Olivetto disse...

ô Mauro... sabe que eu olhei lá e vi algum sentido... mas agora com você falando... rsrsrsr