18 de janeiro de 2008

Micro-espaço noite adentro

Alzira conversava com a sala vazia... simulava uma entrevista em que blablablava sobre sua vida, suas projeções, seus sonhos, suas filosofias baratas. Entre os varais de roupas ela falava com ninguém... filosofia para baratas de área de serviço. Ali recriava entre os varais uma espécie de micro mundo a cada noite, um espaço fechado, reservado pros seus cigarros e devaneios insones. Alzira via suas projeções servirem pra nada, seus assuntinhos, sua presunção... tanta prepotência, tantos achismos e Alzira estava ôca. As janelas vizinhas se apagam. O carro da esquina acende o farol e some lentamente pelas quadras. A fumaça do cigarro inebriando a área de serviço de Alzira. O carro cada vez menor no angulo entre os varais. A madrugada cada vez maior e o quarto-varal cada vez mais vazio.

3 comentários:

Rafael Koehler disse...

Enfim eu passei por aqui...

e creio que voltarei mais vezes. hehehehe

abraços,

gregory haertel disse...

eu adoro a alzira!
quem sabe o sentido da vida (que sentido?) não seja somente um cigarro na área de serviço?

Anônimo disse...

terminei de ler essa maravilha já comentando mentalmente:"tu é foda, daniel, tu é foda"

o maravilhoso é saber que essa Alzira seria capaz de descer até a rua de madrugada e gritar pro Nada: "what are u waiting for?? come on???"

"As janelas vizinhas se apagam"
genial...

bisous! je t´aime bien!!