Cena Final [Para Luísa]
Alzira está envolta na fumaça do apartamento apertado, apura o aprumo dos cabelos e aperta os dedos. Espia o carro verde no fundo da rua. Parece que ele vem, mas ele, o carro, está em pausa. Alzira! - grita com faróis acesos o moço a três passos do caro escuro. Banho tomado, esfumaçada, sempre se achando ôca e anta, ela desce correndo as escadas. Ele está em pausa. Ele beija-lhe a face. [Final de filme feliz assim tão no começo?] Alzira, esquecera o novelo verde-musgo na sacada - o que tramou tantas peças de tricô em noites esfumaçadas. Ela está agora em pausa. Dá um passo de costas, a Alzira, lenta e anta. Vira-se e tenta correr de volta pro portão. Ele a toma pela mão, como num romance barato de bolso.
Eles estão em pausa.
Talvez não precise mais do pulôver... talvez não precise das latas de biscoito, do controle-remoto, dos escritos que nunca vai mostrar pra ninguém. Talvez só precise de combustível e das roupas do corpo. Talvez um fim. Talvez um começo. "Sempre, as horas".
Eles estão em pausa.
Talvez não precise mais do pulôver... talvez não precise das latas de biscoito, do controle-remoto, dos escritos que nunca vai mostrar pra ninguém. Talvez só precise de combustível e das roupas do corpo. Talvez um fim. Talvez um começo. "Sempre, as horas".
7 comentários:
essa mulher é um desbunde
(o melhor texto alzírico da última safra, arrasou)
quem sabe o que ALzira tem em mente?
Talvez ela não precise mesmo do novelo... espero que não! Sempre haverá um novelo, um carro verde, uma sombra a três passos do carro lhe esperar.
a melhor tirada dos últimos tempos :'alzira, ôca e anta'. adorei
nem sei
alzira!!!!
nem sei o que dizer
acho que ela esta vivendo entre nós
nem sei
alzira!!!!
nem sei o que dizer
acho que ela esta vivendo entre nós
romance barato de bolso... adoro!
heheheeh
anta e oca... e mais ainda em pausa...
se ela está em pausa ela pensa...
alzira é a própria pausa...
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