27 de setembro de 2007

Cedotardar

Tom Zé

Tenho no peito tanto medo,
É cedo

Minha mocidade arde,
É tarde

Se tens bom-senso ou juízo,
Eu piso

Se a sensatez você prefere,
Me fere

Vem aplacar esta loucura,
Ou cura

Faz deste momento terno,
Eterno

Quando o destino for tristonho,
Um sonho

Quando a sorte for madrasta,
Afasta

Não, não é isto que eu sinto,
Eu minto

Acende essa loucura
Sem cura

Me arrebata com um gesto
Do resto

Não fale, amor, não argumente
Mente

Seja do peito que me dói,
Herói

Se o seu olhar você me nega
Me cega

Deixa que eu aja como louco,
Que é pouco

No mais horroroso castigo,
Te sigo

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