11 de janeiro de 2008

Retrô... últimos momentos

Agora vai a lista do anfitrião, então! Desta vez eu me passei e tô elegendo até nas categorias técnicas... Escolhi fazer a lista dos melhores da temporada 2006-2007 pois muita coisa só chegou aqui por esse ano. Além disso eu sou super lento pra conseguir ver tudo, então vai uma lista meio ambígua...

Melhores da Temporada 2006/2007

:: Melhor Trilha Sonora

Babel
Paris, Te Amo
O Cheiro do Ralo

:: Melhor Direção de Arte e Cenários

O Cheiro do Ralo
Piaf – Um Hino ao Amor
Não por Acaso


:: Melhor Figurino

O Cheiro do Ralo
Hairspray
Marie Antoniette


:: Melhor Fotografia

Babel
O Cheiro do Ralo
Nâo por Acaso


:: Melhor Montagem


Os Infiltrados

O Cheiro do Ralo
Babel


:: Melhor Maquiagem

Piaf – Um Hino ao Amor
Hairspray
Marie Antoniette


:: Melhor Canção

“Come so far (got so far to go)” de Hairspray
“Carona” de Não por Acaso
“We´re All in the Dance” de Paris, Te Amo


:: Melhor Roteiro

Pequena Miss Sunshine
O Cheiro do Ralo
Babel
Scoop - O Grande Furo
Mais Estranho que a Ficção


:: Melhor Conjunto de Atores

Pequena Miss Sunshine
O Cheiro do Ralo
A Última Noite
Babel
Hairspray


:: Melhor Atuação Masculina

Leonardo Medeiros [Não por Acaso]
Garrison Keillor [A Última Noite]
Will Ferrel [Mais Estranho que a Ficção]
Selton Mello [O Cheiro do Ralo]
Alan Arkin [Pequena Miss Sunshine]


:: Melhor Atuação Feminina



Marion Cottilard [Piaf – Um Hino ao Amor]
Lily Tomlyn e Meryl Streep [A Última Noite]
Imelda Staunton [Harry Potter e a Ordem da Fênix]
Emma Thompson [Mais Estranho que a Ficção]
Adriana Barraza [Babel]


:: Melhor Direção

Alejandro Gonzalez Iñarritu [Babel]
Johnathan Dayton e Valerie Faris [Pequena Miss Sunshine]
Olivier Dahan [Piaf – Um Hino ao Amor]
Robert Altman [A Última Noite]
Heitor Dhalia [O Cheiro do Ralo]


:: Melhor Filme de Longa-metragem
[em contagem regressiva... rssss]


10º
- Scoop - O Grande Furo [Estados Unidos]
de Woody Allen

Woody Allen é um mestre nesse gênero "comédia de suspense" [que se não me equivoco deve ter sido inventado por ele mesmo]. Belo roteiro, instigante, divertido, com um casal central adorável [Scarlet Johansen e Hugh Jackman], e Woody mais uma vez com seu delicioso clown do brooklin, perdido em meio aos quiprocós de suas mentiras. O tom insólito e bem humorado da barca do inferno é outro detalhe marcante...

- Os Infiltrados [Estados Unidos]
de Martin Scorcese

E olha que eu já fui pra não gostar...Depois de umas derrapadas feias com "Gangues de Nova York", Scorcese volta em excelente forma neste policial porreta com trama de grande apelo e atualidade. Um retrato cruel e quase desesperançoso sobre o crime organizado e sobre os reais poderes no mundo atual. Montagem maravilhosa e, como se fosse novidade, um show de Jack Nicholson.

- Paris Te Amo [França]
diversos diretores

Apesar do número exagerado de histórias, o filme encanta por não se perder no cartão postal da capital francesa. Quase um retrato de uma cidade como outra qualquer cheia de histórias como estas, das mais simples histórias de amor a algumas narrativas fora de qualquer realismo. Destaque para a história dirigida por Isabel Coixet, sobre um homem que se reapaixona pela esposa em estado terminal [Miranda Richardson] e para o ultimo quadro dirigido por Alexander Payne sobre a carteira americana [Margo Martindale] que redescobre algo especial em Paris. Vale notar o trabalho de Gena Rowlands, exuberante no quadro dirigido por Gerard Depardieu.

- Não por Acaso [Brasil]
de Phellippe Barcinsky

Apesar de resvalar em certo pieguismo [derrapadinhas bem leves] Não por Acaso é um filme de grande inteligência. Bom trabalho de Rodrigo Santoro, mas, certamente trabalho ímpar mesmo de Leonardo Medeiros, que enfim ganhou uma papel à sua altura. Pra mim, Medeiros é a alma do filme, carregando o tom melancólico e tumultuoso que sustenta as linhas destas histórias tão complexas, mas tão próximas.

6º - Mais Estranho que a Ficção [Estados Unidos]
de Marc Fosrter

Quem somos nós? O que estamos fazendo neste mundo? Há um Deus que nos rege? Só por conseguir fazer esta discussão já tão batida e tão vazia de respostas não cair no lugar comum, o longa de Marc Forster já merece suas estrelinhas. O filme ainda revela um trabalho impecável de Will Ferrel [apoiado por um elenco brilhante], montagem e fotografia super dignas e uma reversão de expectativa, que ao invés de cair na mensagem barata dá novo fôlego à narrativa nos últimos minutos. Belo filme!

5º - Babel [Estados Unidos/México]
de Alejandro Gonzalez Iñarritu

Há tempos não via uma obra tão forte sobre a intolerância e suas possíveis razões. E poucas vezes um filme consegue apontar respostas pra esta questão. Babel explora a língua, a incompreensão, as diferenças de identidades como razões da intolerância, e o faz cruzando diversas atmosferas, ora mais lírico ora mais cru, ríspido. Fotografia exuberante num filme cheio de pequenos detalhes visuais. Em vez de sugerir possíveis respostas, Iñarritu parece responder em voz alta aos delírios do mundo atual.

4º - Piaf – Um Hino ao Amor [França]
de Olivier Dahan

Outro filme que poderia cair na fórmula... mas, em vez de nos mostrar a tradicional “saga de um grande mito desde a infância a velhice, pra fazer chorar as multidões” a direção parece apostar justamente no tom melodramático [como já disse o Turnes no post anterior], já que a própria vida de Piaf carrega este tom, assim, a direção utiliza o melodrama de forma inteligentíssima, uma aposta certeira, com belo roteiro, edição impecável e um trunfo maior que todos: a atuação magnífica de Marion Cottilard. Francamente, a mulher pode se aposentar agora, que já será lembrada pra sempre por esta performance monstruosa, tão monstruosa quanto sua personagem-título. Por falar em título, só o título do filme em português é que não ajuda né??


3º - A Última Noite [Estados Unidos]
de Roberto Altman

Filme de mestre, e digo sem medo de rasgar seda fácil. Bela despedida de Altman, que mostra que sua genialidade possivelmente vem de sua profunda inquietação. O fim da rádio, o fim da arte, o fim da vida... Altman se despede com uma provocação de arrepiar, sem se esgotar em conversa fiada, apostando na simplicidade de uma boa história, na leveza, e [como sempre] num grande elenco.

2º - O Cheiro do Ralo [Brasil]
de Heitor Dhalia

O segundo longa de Dhalia é um belo soco no estômago, mesclando elementos urbanóides, insólitos, patéticos, e que debaixo de tantas referências consegue ser super humano e tocante. É ódio, é piedade por este homem insano, que reflete pra tão mais que a imagem caricata e charlatona. Elenco sem ter o que tirar do lugar: desde as pontas aos protagonistas. Junte isso a uma fotografia de mestre, e um trilha supimpa, e aquela bunda, gente... que bunda! Um filme memorável desde já!

1º - Pequena Miss Sunshine [Estados Unidos]
de Johnathan Dayton e Valerie Faris

Certamente a força do cinema americano hoje deve quase tudo aos diretores independentes. E desta vez eles se passaram... O filme, que parece embarcar no formato “filme de família” [aventura de estrada pra fazer uma menininha ganhar um concurso? Convenhamos...], consegue fugir de toda a receita com uma inteligência ímpar. Você parece ter pago pra ver filme de família, e leva uns bons tabefes na cara... sacada de direção das melhores. É riso em meio a choro. É desespero em meio aos momentos mais patéticos. E nisso o filme ultrapassa os limites dos gêneros, do plausível, do palpável, dos adjetivos, e nos confunde as emoções numa impagável crítica à família, às neuroses da beleza, as neuroses do modelos de sucesso. Pra mim este é [desde já] daqueles filmes que precisam ser lembrados sempre: pela estética, pelas provocações emocionais, e pelo discurso, humano e devastador. [E era uma comédia de família no cartaz!]

(...)

Menção Honrosa para Curta-metragem



Isto não é um filme [Brasil] de Loli Menezes de 2007
... delícia de curta, inteligente, e cheio de referências bacanas pra se pensar a criação artítica e a criação cotidiana.

Menção Honrosa
[filmes que só fui ver este ano]

Lavoura Arcaica [Brasil] de Luiz Fernando de Carvalho - 2001
Lugares Comuns [Argentina / Espanha] de Adolfo Aristarain - 2002
Quanto Vale ou é por Quilo [Brasil] de Sérgio Bianchi - 2005
Os Incríveis [Estados Unidos] de Brad Bird - 2004
Old Boy [Coréia do Sul] de Park Chan Wook - 2004
Ônibus 174 [Brasil] de José Padilha - 2002

(...)

Era isso... vamos conversando mais...

Obrigado aos convidados pelas listas e a todos que comentaram...

Abraços





14 comentários:

Fabiana Lazzari disse...

Aíi neguinho!
Mesmo com toda a correria da facul e do grupo conseguiste assistir bons filmes heim!!!
hhehehe
É isso aí!
Saudades mil.
Bjocas

loli disse...

Honrada fico eu com a lembrança.
beijos seu querido!
loli

Malcon Bauer disse...

Bela lista...

Nunca penso muito nas categorias técnicas quando faço minha lista, mas é um lembrança muito importante.

Vamos aos filmes:

10- Muito divertido, e eu podia ter lembrado dele em minhas menções honrosas.

09- Fantástico, esteve em minha lista de 2006.

08- Não vi...

07- Lindo, e está na minha lista.

06- Fantástico, e está na minha lista tbém.

05- Gosto do filme, mas não acho nada memorável. O elenco está um arraso.

04- Tuuuudo!

03- Tuuudo e mais um pouco!

02- Dispensa comnentários.

01- Idem. É uma coisa fofa e uma maravilha do cinema!

Temos muito em comum, hein, Dani?
Pena que vc não viu o filme do ratinho...

Paula Braun disse...

Que bunda o c...!!!
rsrsrsrsrs
Amore que listão! Só filmaço, só não gosto muito de "Os Infiltrados" apesar do roteiro ser mega inteligente. Sei lá, acho meio filmão demais. Ando sem paciência.
Adoro "Paris eu te amo", com excessão do curta do Walter Salles, acho que ele não entrou muito na proposta do filme. Ficou político demais dentro do contexto.
AMO "A última noite", acho emocionante. Acho que eu daria o primeiro ou segundo lugar da tua lista. Saí passada do cinema.
"...Miss sunshine" é fabuloso, não tem mais o que falar.
A Guta (Diretora de arte do Cheiro) vai ficar bem feliz com o "prêmio de direção de arte", merece mesmo, deu um puta trabalho, inda mais sem grana...
E legal lembrar dos curtas, quase que fiz uma lista, mas aí mesmo que ninguém ia ter visto nada! rsrsrsrs
Quero ver "Isto não é um filme" Vou procurar.
Saudadeeeee e não é pouca. Logo volto pra essa ilha linda de pessoas queridas.
BEIJO!

Daniel Olivetto disse...

pois eh.. tb acho que "Os Infiltrados" faz a linha filmão, e já fui torcendo o nariz pra ver... mas me surpreendi bastante...

Ai, que tudo, manda beijo pra Guta... rssss

beijos
saudadona tamééémmm

gregory haertel disse...

dani!
lista ótima.
pequena miss sunshine é imbatível.
estou preocupado. só eu gostei demais do cronenberg de `marcas da violência`? ou esse filme é de 2006?
concordo com a paula. tirando o walter salles e mais uns dois, paris, te amo fica maravilhoso. eu não agüento o indisfarçavel bom mocismo do walter salles (com os seus nordestes lindos e ches canonizados).
e babel eu acho o mais fraco do iñarritu. acho a ligação da história da mulher surda com as outras duas extremamente tênue. sendo malvado, algumas vezes eu tinha a sensação de que a história estava ali apenas para completar uma trilogia com três histórias cada.
infiltrados estaria bem longe na minha lista.
no restante, assino embaixo.
beijo (vem pra blu)

Daniel Olivetto disse...

pois então... acho a história da surda-muda-monstro-peludo-da-pomba justamente uma reafirmação do diagnóstico da doença "intolerância".. a coisa da incomunicabilidade que eu falava... que foi onde o filme me pega mais [confesso que eu não achava que ia gostar...]confesso que o melhor dos três ainda é o "amores perros", mas acho a trilogia toda muito boa...

os infiltrados é aquilo que eu falei, nem eu achei que ia gostar... ma gosto muito

"marcas da violência" é de 2006, e eu adoro, mas tava na minha lista do ano passado em algum lugar...

e... sim, eu vou pra blu que eu tô morrendo de saudades...

Anônimo disse...

Babel é ma-ra-vi-lho-so. Melhor ainda só a frase do Innaritu quando comparam o filme com Crash:

"Crash é um filme preconceituoso sobre preconceito...".
kkkkkkkkkkkkkkkkk
E assim vai, ele fala mais ainda...

bjon!

Malcon Bauer disse...

Vi "Paris te amo" ontem, então resolvi comentar.

Coletâneas se,pre são irregulares, e esta não é diferente. Tem momentos de puro deleite (a história dos mímicos, o turista no metrô, o casal de atores, o casal de idosos, da mãe quecperdeu o filho e a história do cego), alguns apenas interessantes (o vovô Nick Nolte) , e outros que não dizem a que vieram (a história da babá, dos vampiros e do rapaz esfaqueado).

Bonito, mas parece mais longo do que realmente é.
Pecado grave...

Sandra Knoll disse...

Jesus quanta coisa! Vi alguns e outros já estão na lista.

Paula Braun disse...

Tem texto novo no bloga!
Baccio! Saudade!

turnes disse...

Não Por Acaso e O Cheiro do Ralo são muito bons. A ùltima Noite dá vontade de chorar mas a gente não chora, fica uma coisa entre a garganta e a boca, ali perto da campainha (rsrsrs). Paris, Te Amo achei irregular demais, mas vale o show de interpretação para o cinema de la Binoche e aquele olhar sem fundo, de quem perdeu tudo.

Anônimo disse...

Eu gosto bastante e concordo com tua lista mais do que a lista anterior ( sim, eu disse q o visual de silent hill está ótimo, e está mesmo, o que não faz dele um bom filme para quem não joga o videogame).
Uma dica para o próximo ano é fazer o PCL (aka Prêmio Chico Linguiça). Direção de arte, roteiro, atuação... ... Vejo até o troféu já...
Bjocas nego

Daniel Olivetto disse...

Adoreeeii...

The Francis Bacon Award 2009

E o troféu podia se chamar Golden Francis, rssssss

ai Deus, que saudade das férias já...

Brigado xuxu, vc sempre me bota pra rir...

beijoca