17 de outubro de 2008

Você já foi a um enterro de blog?

Post do blog do Daniel Costa de Souza, que eu colei, pois acho que reflete a pós-mudernidade!


"Morreu o Pinóquio. Com esse codinome, eu escrevi meu primeiro blog, entre agosto de 2006 e julho de 2007. De lá pra cá, o coitado ficou impossibilitado de se manifestar na web por problemas de velhice, comprovada pelo “zip.net” no endereço.

O último comentário foi registrado dia 1º de outubro, agora, deste ano. Com o nome Marta, sem dar sinal pra receber resposta, uma leitora escreveu o epitáfio do Pinóquio:

'Que blog ridículo…como vc é idiota! Do jeito que escreve dá pra ver que vc se acha superior aos outros'

Reler o blog antigo me fez rir. Pelo comentário recente da tal Marta, uma surpresa pra um blog parado, e pela quantidade de asneiras e pérolas reunidas num mesmo endereço. A diferença básica do Pinóquio pro Texto Decorado, além da proposta visual, é que lá eu parecia não ter a mínima expectativa de que seria lido por alguém que não fosse meu amigo. O problema é que teve gente desconhecida que leu uns segredos lá e virou meu inimigo. Tudo história pra contar.

Dar o “excluir este blog” pelo Uol trouxe a sensação de que tudo se renova. Guardadas pra mim as alegrias e angústias, é hora de mostrar aos outros um novo eu. Sim, porque o blog é hoje a extensão da identidade de um blogueiro. Indissociável. Talvez por isso ter mais de um blog seja agonizante.

Como meu nome ficou explícito em alguns posts daquele blog, preferi tirá-lo da net, mas as pérolas estão salvas e serão jogadas, aos poucos, para os leitores do Texto Decorado.

A primeira, que comprova que O Pinóquio tinha muita vontade de viver, foi escrita em 8 de setemrbo de 2006, a partir das imagens de um festival de rock dos anos 70:

'Meu princípio aqui é mentir. Meu fim, oferecer informação adequada, restrita, alternativa. Porque o que é pra todos é pra nenhum. Porque a TV substituiu os livros rapidamente, e os blogs precisam substituir a TV. Porque a rede talvez personalize, traga um pouco da individualidade da origem dos humanos. Cause we got to get ourselves back, ainda que não no gesto, não no toque, não no cheiro. Mas mais longe. (…)


Como no bom jornalismo, resta-nos usar a própria máquina para reformá-la. Paguei dez reais pelo disco digital. Vi um pouco de uma geração que deveria estar em cada lugarzinho onde se guardam imagens católicas neste país. Para lembrarmo-nos de que eles queriam se mudar, mas não tinham transporte. Nós não precisamos fugir com químicas. Podemos embarcar. Dirigir. Aproveitar a tecnologia.'




Compareceram ao velório do Pinóquio, na Praia da Atalaia, os leitores que sempre comentavam no blog. Da esquerda pra direita, na foto: Daniel Olivetto, Gio Ramos, Fábio Ricardo, Thiago Floriano, Monalisa Budel e Marina Melz. Obrigado pelas condolências!"

2 comentários:

Txiago disse...

ó!

Anônimo disse...

poxa, obigado pela lembrança "Ípses líteres".
que bom que gostou!
abraço